quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nu - parte I.

(lapso, memórias de 12 de Junho de 2009)

Senti que vinha me pegando às coisas materiais (e isso já foi relatado característicamente numa música), senti que minha felação a antiquários e a gente morta não me fazia mais historiador... Queria poder registrar, catalogar, higienizar mas não apenas pela minha renite eu percebi que a História não me acordava de manhã, muito menos passava meu café. E se ela não batia minha porta era pelo motivo simples de que ela sempre foi orgulhosa com o ser humano e ela ocorria enquanto eu me fazia de rock-star ou me enganava na roupagem de um herói da classe trabalhadora. Se for assim, hoje prefiro que as pedras carregadas por aquele pedreiro sejam descritas minusiosamente no tocar da caneta num papel de agenda, isso antes que virem parte de uma construção ou sejam fumadas. Minha pose se faz perante o espelho, ali meu público me observa, sou eu único espectador, e ao invés de calças de couro ou de uma camiseta do Lênin a roupa da nudez me faz mais romântico quando descobri que poderia - de uma outra forma - amar a História.

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