domingo, 11 de julho de 2010

Transitindo pensamentos, refletindo em acões, o bêbado alquimista.

(lapso do que não vivi, década de 1990, não recordo o ano extado).

E eis que em um bar, num desses momentos de ócio, o abrir da cerveja gelada, o servir em um copinho americano e o beber, não propõe apenas mais uma dose para a embriaguez. A distância e a duração se encontram não em uma mera “filosofia de boteco”, mas na investigação ainda sóbria de todo o processo que aquele produto levou até chegar àquela mesa. Plantar, colher, conservar, carregar, transportar (parar o caminhão), descarregar, armazenar, fermentar, maltar, engarrafar, transportar (de novo), descarregar, armazenar, gelar, servir e... o garçom dava as costas com seu avental amarelo enquanto todo meu raciocínio parecia estar ali parado e o período do seu acontecimento parecia possuir a mesma durabilidade de tempo para ocorrer a dilatação de um corpo (isso, bolhas da espuma explodiam, evaporava o álcool pela superfície do copo).
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As fotos ao lado descrevem esse processo onde do colher ao fermentar a cerveja é produzida (imigtrantes russos, carroções carregando barris, a chaminé exibindo o processo de fermentação no meio da cidade). A cervejaria Adrática, memorializada na cabeça dos botequeiros e dos cervejeiros da cidade de Ponta Grossa-PR não existe mais, a não nesse pequeno espaço: a memória.

Fica aqui o meu registro daqueles momentos que não vivi, mas que me comovem profundamente ao encontrar com aquele povo... aquele povo que não é latifundiário, nem radialista, mas que carregou consigo a vida de uma indústria, sem eles o progresso industrial não se sustenta é apenas discurso. Por último, uma foto que deveria significar muito, demolida ao chão a indústria que fora símbolo daquele discurso e que para os governantes daquele momento nem serve mais para ser restaurada, fica aí a imagem do esquecimento imortalizada digitalmente nesse blog singelo.

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